Além de dois artigos de distribuição publicados em menos de um ano, o artigo agora publicado disponibiliza códigos de barras de ADN para a identificação de 83 espécies. Estes códigos de barras de ADN complementam as bases de dados públicas, possibilitando a realização de estudos visando uma melhor compreensão do seu papel nas redes tróficas e nos ecossistemas.
Conhecidos pelas suas longas patas e por vezes confundidos com insetos picadores, as moscas-grua, muitas vezes chamados de pernilongos gigantes ou melgas, são receados infundadamente. Este grupo de dípteros (moscas) é designado por Tipuloidea e inclui quatro famílias, mas apenas 3 destas estão já registadas em Portugal. É um dos grupos mais numerosos de espécies com mais de 15630 espécies no mundo. Na Peninsula Ibérica são conhecidas mais de 370 espécies, pelo que se suspeita que ainda haverá muitas espécies a registar na fauna de Portugal que têm passado despercebidas aos cientistas. Dois dos grupos a quem não passam despercebidas são o grupo dos morcegos, e o grupo das aves em cuja dieta as moscas-grua aparecem frequentemente. Foi precisamente esta necessidade de identificar os códigos de barras de espécies destes grupos contidos na dieta de aves e morcegos que motivaram o trabalho agora publicado e que resultou na adição de 27 espécies à fauna nacional em 2020. Os 412 exemplares estudados foram recolhidos em várias regiões de Portugal e incluem exemplares dos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Foi já em Julho de 2021 a adição de mais 7 espécies ao inventário nacional num artigo que focou na fauna Europeia deste grupo.
Foram publicados datasets de dados de distribuição no GBIF, que totalizam 631 registos de 102 espécies, ficando esta informação disponível publicamente para toda a comunidade: